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Descrição da foto: dedo indicador pousado em uma folha de papel branca em que está impresso texto em Braille |
O Sistema Braille é baseado na combinação de seis pontos
dispostos em duas colunas e três linhas e permite a formação de 63 caracteres
diferentes, que representam as letras do alfabeto, os números, a simbologia
científica, musicográfica, fonética e informática. Este é o meio natural de
leitura da pessoa cega e é comum em materiais diversos para garantir a sua
acessibilidade a textos impressos.
Embalagens de medicamentos, cosméticos e alimentos, cartões
de visita e cardápios e outros materiais podem ser impressos nesse sistema, que
adapta-se perfeitamente à leitura tátil, pois os seis pontos em relevo podem
ser percebidos pela parte mais sensível do dedo com apenas um toque.
O francês Louis Braille, nascido em 4 de janeiro de 1809,
foi quem garantiu o benefício da escrita e da leitura às pessoas cegas. Assim,
quem lê o Braille tem acesso ao conhecimento e aumenta sua inclusão na
sociedade e o exercício pleno de sua cidadania.
No Brasil, o Sistema Braille chegou em 1850, pelas mãos do
jovem cego José Álvares de Azevedo, mas foi a partir da década de 1940,
com a criação da Fundação para o Livro do Cego No Brasil – a atual Fundação
Dorina Nowill para Cegos – que a produção de livros nesse formato ganhou
força.
A Imprensa Braille da Fundação Dorina é uma das maiores do
mundo em capacidade produtiva. Em 2012, produziu mais de 211 novos títulos em
Braille, o que significa 99.946 mil exemplares distribuídos para cerca de 2 mil
organizações e para todas as 5 mil bibliotecas públicas municipais do país, uma
iniciativa pioneira na história da instituição.
Há quem diga que nos últimos 60 anos não há no Brasil uma só
pessoa cega alfabetizada que não tenha tido em suas mãos pelo menos um livro em Braille produzido pela Fundação Dorina.
A instituição também oferece para crianças e jovens com
deficiência visual o programa de educação especial destinado a enriquecer
o seu processo de desenvolvimento, incentivando sua aprendizagem e
inclusão em escolas regulares por meio de aulas de Braille, orientação e
mobilidade, atividades da vida diária, entre outros atendimentos
terapêuticos.
"Para as crianças e os jovens cegos, o contato com o
Sistema Braille permite o conhecimento da ortografia da Língua Portuguesa e de
línguas estrangeiras, além de possibilitar o conhecimento e a correta
aplicação de símbolos de Matemática, Química, Física, e outros”, afirma Regina
Fátima Caldeira de Oliveira, coordenadora da revisão Braille na Fundação Dorina
e Membro do Conselho Iberoamericano e do Conselho Mundial do Braille.
“Para os adultos, consultar cardápios, identificar
cosméticos e medicamentos, entrar e sair de elevadores com segurança são
sinônimos da independência e da autonomia indispensáveis à elevação da
autoestima de todo ser humano", completa.
Dados do IBGE
Segundo os novos dados do censo 2010, divulgados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) neste mês, existem no
Brasil 6.585.308 pessoas com deficiência visual. Deste total, 582.624 pessoas
são cegas e 6.056.684 têm baixa visão.
O número representa 3,5% dos brasileiros, ou seja, a
deficiência com maior incidência na população do país. A pesquisa revela ainda
que 23,91% da população brasileira tem algum tipo de deficiência.
Fonte: Bengala Legal
O Setor Braille da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa possui mais de 1.600 títulos de livros em Braille para empréstimo domiciliar. Para consultar os títulos disponíveis acesse nosso catálogo online.
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